segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Sonhos de Fim de Ano


No apagar das luzes 
De um ano que se finda 
Nasce dentro de nós 
A esperança que resta ainda. 

Os sonhos de Fim de Ano 
Renovam-se no alvorecer 
Do Ano vindouro 
Que joga suas luzes no nosso viver. 

Promessas que não cumprimos 
Voltam a fazer parte dos nossos anseios 
E a esperança de fazer tudo certo 
É a chama que, de sonhos, nos deixam cheios. 

Do ano que se finda 
Resta à nós a simplicidade 
Do que aprendemos nas lutas 
E do que nos deixará saudade. 

Do ano que se inicia 
Teremos a oportunidade 
De fazer tudo certo 
E alcançarmos a felicidade. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense 
Foto: Daniel Moraes

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Buraco negro de uma eterna solidão


Eu deixo-me apenas expressar as palavras que se formam em minha mente. 
Não posso dizer, com certeza, o que se passa no meu coração. 
Saudades, talvez. 
Amor, paixão, solidão? 
Não sei. 
Uma mistura de sentimentos que me deixam confuso. 
O tempo vai passando lentamente. 
Outras vezes passa tão rápido. 
Depende muito do espírito a qual estamos inseridos. 
Os acontecimentos a nossa volta. 
Amigos que se vão, amores que já não são mais.  
Quantas coisas acontecem em apenas pouco tempo? 
E, por não saber o que acontecerá daqui a dez minutos, o desconhecido nos atormenta e fascina ao mesmo tempo. 
Sentirei falta desses momentos solitários e reflexivos se estiver compartilhando os momentos com alguém daqui uns dias? 
Sentirei falta dessa tranqüilidade e liberdade em poder escrever, meditar e sonhar? 
Os sorrisos, as lágrimas de outrora já são apenas lembranças em minha mente um tanto perturbada. 
Os espíritos rondam os espaços e sussurram ideias em minha mente. 
O que posso fazer dentro desta conjuntura tão sórdida e perversa? 
Os dias passam e as noites, intermináveis, também se vão com o romper da aurora e outro dia está diante de nossos olhos. 
Tudo começa outra vez. 
Um dia de alegria, um dia de tristeza ou apenas um dia normal sem nenhuma coisa diferente. 
E esse tédio? 
Um verdadeiro terror ver semblantes combalidos pela natureza da vida. 
O que fazemos aqui? 
Os nossos atos ecoam pela eternidade de fato? 
Ou tudo não passa de mera especulação e não existe nada do outro lado? 
Minha mente é um turbilhão de pensamentos. 
Tudo o que vejo, toco ou sinto me leva a questionar este momento, a temê-lo como se fosse um abismo sem fim. 
Um buraco negro de eterna solidão. 
Com o tempo vamos aprendendo que não adianta correr atrás do vento. 
Tudo é mesmo vaidade, como já dizia o sábio. 
As opiniões dos outros não importam.  
Ninguém vai enxugar suas lágrimas na solidão de seu quarto. 
Ninguém pode te ajudar. 
Sempre vai existir uma madrugada longa e fria para o solitário. 
Quando o sono se vai. 
A solidão tem a ver com alguém que não se encaixa. 
Não há saída. 
O coração é dilacerado pelas incertezas, pelas agruras de dias nebulosos. 
A angústia faz parte da vida humana e nada pode mudar isso. 
Rostos sorridentes e felizes só para as selfies quando, na verdade, o coração está angustiado pelas infelicidades da vida. 
Inveja, traição, desespero, entre outras ilusões da vida, perpassam esses rostos que parecem ditar as regras de uma sociedade falsificada. 
Devo viver esses poucos momentos de alegrias e suportar os muitos momentos de tristezas e decepções. 
Quem disse que a vida seria um mar de rosas mentiu descaradamente. 
Talvez seja por isso que choramos assim que chegamos a esse mundo. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Desejo e paixão


Ame-me não importa o que digam. 
Deixe-me descansar em seus braços 
Invadir o seu coração através de seus olhos; 
Ame-me com amor profundo 
Extravase o sentimento 
Aqueça-me com seu calor. 
Acolha-me em seus pensamentos 
Deseje-me ardentemente 
Façamos amor no tempo, fora do tempo, em todo tempo. 
Eu quero você, mulher! 
Ardente, sensual, bela! 
Você deseja-me, homem 
Ardente, sedutor, imprevisível! 
Falo-te de amor aos seus ouvidos 
Arrepia-te o corpo 
Toco-te a pele e invado o seu coração. 
Somos feitos de amor, de desejo, de paixão! 
Ame-me despudoradamente 
E eu te amarei eternamente! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

domingo, 23 de dezembro de 2018

O uivo do chacal


Sou obrigado a uivar como o chacal 
Porque a minha dor é terrível 
Há também o medo que assola minha alma 
E a solidão rasga o meu coração. 
Meus amigos dizem duras palavras 
E elas ferem-me como adagas afiadas. 
Meus olhos ardem e estão vermelhos 
E minhas mãos tremem sem parar. 
Quero ter esperança de dias melhores 
Mas, as horas passam lentamente 
Não ouço mais minhas canções 
E não consigo dormir a noite. 
A dor da alma é mais profunda 
Que as feridas do corpo. 
Na minha angústia eu clamo a Deus 
E busco o seu perdão. 
Liberta-me! Clamo nas madrugadas 
Quando o frio aperta de forma cruel. 
Triste é a minha vida 
Sem ter o consolo do Espírito Santo. 
Os grilhões que me cercam 
Como ferrolhos de uma prisão 
Sufocam a minha alma 
E dilacera os meus pensamentos. 
Sou obrigado a uivar como o chacal 
E espero que Deus me ouça! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Sandra



A vida ensina-nos lições 
Que o tempo não pode apagar de nossas lembranças. 
Pessoas que marcam nossas vidas 
E apresenta-nos outras possibilidades 
Outras realidades 
Que não pensamos existir. 
Às palavras não podem expressar 
Em toda sua magnitude 
A essência da plenitude 
Que encontramos nessa mulher. 
Uma pessoa de sorriso fácil 
Em qualquer circunstâncias da vida 
Mesmo nas horas difíceis 
Ela tem uma palavra amiga e acolhedora. 
Uma profissional de talento 
De uma humanidade sem limites 
Que, por todo momento sabia dar uma direção 
Aos conflitos existentes 
Sempre com conselhos pacientes 
Mostrava-nos o caminho da solução. 
Difícil expressar em palavras 
Onde começava o seu carinho profissional 
Com sua competência social e humana. 
Soube, como ninguém, lidar de forma majestosa 
Com a Direção, professores e alunos. 
E, de forma peculiar, com os pais de alunos 
Sempre com aquela paciência que nos causava inveja. 
Uma mulher espetacular (que me desculpe seu esposo) 
Uma mulher de fibra 
De talento único e força espiritual cativante. 
Lições aprendemos com você 
Com suas orientações sempre para o caminho do bem 
Da solidariedade 
Da construção educacional. 
O que desejamos a você na sua nova jornada 
É o sucesso que você merece 
A concretização de seus sonhos 
E vitória em suas batalhas. 
Quanto a nós, a superação dos pontos de indagação 
O que fazer quando vier aquela dúvida pedagógica? 
A vida nos ensina que tudo se renova 
Tudo se transforma e o ciclo continua. 
Sentiremos sua falta no dia a dia 
Nos conselhos e nas broncas 
Mas, saberemos que você caminha os seus passos. 
E a vida segue para cada um de nós. 
E você estará sempre em nossos corações. 
Siga em paz sabendo que construiu um lindo castelo 
Onde fez amigos e parceiros que nunca hão de esquecê-la. 
Esse é o desejo de nossos corações 
Para a Coordenadora Sandra.! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Pouco pior que um homem


Quero rasgar o coração 
Ver o sangue escorrer pelo chão 
Já não tenho mais dó de mim mesmo 
Porque não mereço nenhuma piedade. 

Tenho sido cruel com seus sentimentos 
E causador de toda angústia 
Que transforma seu dia de sol 
Em noites cinzentas de terror. 

Não me peça para ficar ao seu lado 
Nem mesmo para acalentar os seus sonhos 
Pouco pior que um homem 
Sou um monstro a destruir sua esperança. 

No silêncio da sua solidão 
Tenho zombado as espreitas 
E a dor que sente na alma 
Não causa em mim nenhum efeito positivo. 

Vou destruir tudo de belo 
Que um dia você construiu 
E fazer de seu caminho uma estrada tortuosa 
Que não leva a lugar nenhum. 

Saia do meu pensamento nesse instante 
E não volte nunca mais 
O lugar que outrora te pertenceu 
Hoje está livre para qualquer sorriso triste. 

Abra seus olhos ao que acontece a sua volta 
E veja o estrago que causei 
Nos sonhos daqueles que acreditaram 
Que poderia ser feliz ao meu lado. 

Não quero que se iluda outra vez 
Não mereço piedade nenhuma 
Só quero ficar no meu canto em silêncio 
Para ninguém ouvir o meu choro baixinho. 

Quero rasgar o coração 
Ver o sangue escorrer pelo chão 
Sentir a tristeza da vida 
Na noite fria da minha solidão. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 9 de dezembro de 2018

Na manhã do tempo


Na manhã do tempo 
Eu pedi um tempo para te esquecer. 
O tempo passou 
Nada em mim mudou 
E sem você eu não consigo viver. 
O tempo não consegue 
Tirar você do meu coração 
E eu choro sem razão 
Ao saber que o tempo não volta mais. 
Tudo seria diferente 
Se eu pudesse voltar outra vez 
A ver os seus olhos 
Que nem o tempo me faz esquecer. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 8 de dezembro de 2018

Um dia quem sabe


O coração sofre as intempéries da vida 
E chora nas noites silenciosas suspeitas 
Na solidão das sombras 
Onde demônios estão às espreitas. 

Mas, eu não aceito que fale dessa forma 
Como se conhecesse a minha tristeza 
Não pode sentir o frio da madrugada 
Estando sob brumas de incerteza. 

Um dia quem sabe 
Haverá escolhas que possa direcionar 
O seu olhar para a minha angústia 
E com alegria possa me aceitar. 

Eu venho em busca de seus sonhos 
De sua presença tão radiante 
Que sempre foi a razão da minha vida 
E agora está tão distante. 

Não há razão para se esconder 
Desse meu coração que te ama 
Seus olhos são a minha esperança 
Ouça a voz dessa paixão que por ti clama. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Reflexões sobre o mundo


O mundo nunca é o mesmo um dia depois. 
Porque? 
Os dias nunca retornam, como nunca vão embora... 
O mundo não é o que conhecemos, 
O que podemos ver prossegue infinitamente, 
Nada acaba quando queremos... 
Nem mesmo todas as eternidades do mundo 
Poderão apagar o seu dia ruim... 
Mas, o homem pode voar algumas vezes, 
Escrevendo histórias na sua história... 
O mundo é um local de brincadeiras a ser conquistado 
E, nós somos muito mais do que pensamos ser 
E viver é diferente de todas as coisas... 
O mundo é um lugar de conquistas 
Não se pode ficar de braços cruzados. 
A Terra Prometida 
Fica sempre depois do deserto 
E não é bom reclamar 
Pois isso impedirá você de chegar. 
No mundo haverá aflição 
Mas tenha bom ânimo 
E conforte seu coração... 
Você não está aqui por acaso 
És um projeto das mãos do Criador 
Faça sua vida valer a pena... 
A eternidade está no seu coração 
Caminhe com determinação. 
Como diz um provérbio africano: 
O sol caminha devagar, 
Mas atravessa o mundo. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Só agora percebo



Só agora percebo 
O que acontece a minha volta 
Mas não sei se realmente 
O que acontece é o que vejo. 
Difícil entender as coisas do amor 
A ausência de seu olhar 
A dar-me o alento necessário para caminhar. 
Meus sentimentos são confusos 
E não quero parar de sonhar 
Com a vontade em estar com você 
Na noite fria do tempo sem seu calor. 
Só agora percebo a sua falta 
E o quanto ela é real junto a mim. 
Busco seu corpo junto ao meu 
E não o encontro mais 
E a solidão toma conta de mim. 
Quero voar a imensidão e te encontrar 
Mas sei que isso é impossível 
E contento-me 
Com as lembranças de seu amor. 
A vida nos faz perceber tarde demais 
O quanto é bom o amor. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Ainda meus olhos te procuram



Mesmo que eu tente disfarçar 
Não é possível esconder 
Que meus olhos procuram por você 
Na esperança de ver o seu olhar. 
Quando não os vejo sinto a solidão 
O silêncio do tempo a me sufocar o desejo 
Em te encontrar 
E ver o seu sorriso tão encantador. 
Você não mais está aqui 
E meus passos se perderam na noite do adeus 
Em que disse as últimas palavras 
Que me fizeram chorar. 

Ainda meus olhos te procuram 
Porque há no meu coração sofredor 
Uma esperança de encontrar-te 
Na noite dos meus sonhos 
Sob a luz do luar. 

Há no meu coração um desejo 
Que me faz ter esperança em te encontrar 
E ver você sorrindo como uma borboleta 
A desfilar sua beleza pelos jardins da vida. 
No espelho te procuro 
Mas só vejo a minha própria miragem tão triste 
Desde o dia em que deixou comigo a saudade 
De seus olhos sedutores. 

Ainda meus olhos te procuram 
Mesmo que seja por um momento qualquer 
Eles possam contemplar a sua forma singela 
De encantar quem vê a beleza da sua alma 
Estampada em seu olhar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A flor do meu jardim



Eu sempre quis poder expressar 
De forma simples e verdadeira 
O amor que sinto por ti 
E que digo sem brincadeira. 

Seus olhos sempre me fascinaram 
Pois revelam o poder da atração 
São eles a fonte da minha inspiração 
Que me move a escrever-te essa canção. 

Seu sorriso, sempre lindo e contagiante, 
Dos meus sonhos é a razão 
De caminhar com alegria 
Pois ele aquece meu coração. 

Você é à flor do meu jardim 
Que exala a mais suave fragrância 
Que me atiça os desejos 
E me acalma com sua elegância. 

Uma flor que quero sempre viva 
A deslumbrar o meu olhar 
Que me entregue o seu perfume 
E que saiba me amar. 

A ti dedico essa singela poesia 
Escrita com todo carinho e amor 
Aquela que sempre me fascinou 
À minha linda e meiga flor. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 17 de novembro de 2018

A última mensagem visualizada


É. Outra vez aconteceu. 
Outra pessoa foi embora. 
Saiu pela porta, vi pela janela, cruzou a rua. 
Foi embora. 
Não vai mais voltar. 
Desta vez não me sinto triste. 
Não sinto nada. 
Apenas escrevo a minha desilusão. 
A tristeza depois da fuga, 
Depois da última mensagem visualizada 
E não respondida. 
Não é a distância que machuca, é a indiferença. 
É isso que entristece a alma. 
Deu vontade gritar 
Quem sabe abrir o portão e correr atrás. 
Mas, pra quê? 
Não posso sentir-me culpado. 
Ou será que fiz alguma coisa errada? 
Acabou. 
E agora resta a dor. 
Ainda dói muito. 
Não vou tentar me enganar desta vez. 
Claro que dói. E como dói. 
Uma dor cruel sem precedentes, 
Terrível. 
Mas, amanhã quem sabe já passou. 
É o desejo do meu coração... 
Siga seu caminho em paz! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A dor do amor depois da partida


Eu hoje sei que é amor verdadeiro 
O que eu sinto por você. 
E sei, porque você não está aqui 
Depois de tudo que fiz para te perder. 
A dor do amor depois da partida 
Rasga o coração na madrugada 
Tira-nos o sono e traz a angustia no lugar 
E não há nada que possa fazer. 
Eu era um bom rapaz 
Só não soube valorizar o seu carinho 
Preferia na minha solidão andar sozinho 
Sem saber que a sua ausência doía tanto. 
Não vou pedir para que volte 
Eu mesmo já não quero isso 
Os seus olhos cansados das lágrimas 
Já começam a secar 
E não tenho o direito de, outra vez, os magoar. 
Sigo o meu destino sem você 
Carregando a dor do arrependimento 
De não ter valorizado tão meigo olhar 
Que era direcionado ao meu coração. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Nas asas do vento


Senti uma brisa suave pela janela entrar 
No meu rosto triste ela veio tocar 
Abri meus olhos na esperança de alcançar 
A meiguice do seu intenso olhar. 

Na noite escura da minha solidão 
Busquei seu sorriso na imensidão 
Queria que fosse o alento do meu coração 
Pois você é, do meu viver, a razão. 

Nas asas do vento tentei te esquecer 
Voei para longe para não mais te ver 
Só queria minha vida viver 
E deixar em meu peito outro amor nascer. 

Seus olhos foram à razão do meu amor 
Distante deles sinto imensa dor 
O sol já não tem brilho nem calor 
E, no meu jardim, morreu essa flor. 

Deixo-me voar nas asas desse vento 
Para buscar-te no meu pensamento 
Tentar ter paz neste momento 
Em que tenho você no meu sentimento. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Encontro


Quanto tempo não te via... 
Mas, ao te ver hoje, 
Meus olhos se refizeram. 
Amo a beleza do seu olhar 
A meiguice do seu sorriso 
E o encanto da sua magia. 
Como gostaria de dizer as palavras 
Que durante muito tempo elaborei 
Mas, as palavras não saíram 
E o silêncio do seu olhar me confundiu. 
A saudade de ter você 
Se transformou no desejo de ser sempre seu. 
Te amar na beleza do seu perfume 
Foi o que me seduziu. 
Hoje tenho certeza 
Que quero você!

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 3 de novembro de 2018

Percepção



Caminho devagar 
Em uma estrada que parece não ter fim 
Seus olhos estão distantes 
São miragem que foge de mim. 

Uma tristeza alucinante 
Revela um semblante em dor 
Meus passos são lentos 
Pois não conheço mais o amor. 

Tenho a percepção 
De uma cruel realidade 
Que transforma meu riso em pranto 
Quando aumenta em mim a saudade. 

Seus olhos tão meigos 
Era a razão do meu viver 
Sem eles sou um andarilho 
Que não consegue te esquecer. 

Deixo-me cair na margem da estrada 
Pois não consigo mais caminhar 
Sou a imagem da desilusão 
De quem só soube te amar. 

Minha percepção embaraça-me 
E sou confundido pela realidade 
Não sei se você existiu 
E se fez parte da minha felicidade. 

Quem sabe você foi apenas 
A ilusão do amanhecer 
Dominou meus pensamentos 
E deixou-me no entardecer. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Poemas esquecidos numa noite qualquer


Eu nunca pensei que seria assim tão triste 
Sem a certeza de olhar na borda do mundo 
E buscar o alento para aquela alma 
Que tristemente partiu na manhã do tempo. 
E olha que eu só queria ser feliz 
Mas parecia ser pedir demais 
Andar na estrada deserta do seu amor 
E voar os espaços dos seus sonhos. 
E foi ali que eu me perdi 
Mas não chorei pelo medo que senti 
E sim pela dor da ausência 
Que me fez pensar outra vez. 

Eu nunca pensei que seria fácil 
Esquecer as manhãs de brisa 
Onde via o sol nascer lentamente 
Ofuscando minha visão tão solitária. 
E eu sempre pensava em você 
E a buscava em cada flor que via pelo caminho 
Da minha eterna busca. 
Mas não havia mais esperança 
Que pudesse socorrer os meus olhos 
De desejar alcançar o fim do mundo 
Sem saber que ele já havia passado. 
O que esperava ao vislumbrar as estrelas 
Era não poder deixar seus passos 
Se perderem de mim. 

Eu imaginava o fim do mundo sozinho 
No alto daquela montanha ao longe esquecida 
Mas não sabia que lá estavam seus olhos 
Por tanto tempo perdidos na solidão. 
As nuvens eram levadas pelo vento 
Que silenciosamente tocava as rochas 
E deixava escapar um sussurro de solidão 
Que podia ser ouvido de tão longe 
Quanto o grito dos pássaros. 

Nos meus sonhos eu viajei 
Para as planícies mais distantes 
Que meus pensamentos puderam me levar 
Na esperança de esconder-me dos seus encantos 
Que vivem a povoar meus pensamentos. 
Quero deixar o medo de lado 
E buscar naquele horizonte 
Uma forma de esquecer tudo isso 
Que atormenta minha mente insana. 

Uma escuridão tenebrosa 
Ao longe vai se formando 
E não muito lentamente de mim se aproxima 
Mas eu não tenho medo. 
Deixo-me descansar no tronco desta frondosa árvore 
Enquanto suas folhas descem sobre mim 
E são levadas pelo vento 
Juntamente com meus sentimentos por você. 

Agora eu percebo tudo isso 
E não quero mais correr atrás do vento 
Que varrem as incertezas do coração 
Que sangra sem razão. 

Eu não queria dizer adeus e por isso não sorri 
Mas olhei no distante dos seus olhos 
E vi aqueles sorrisos enferrujados 
E castigado pela dor da ilusão que te acompanha. 
Não sou dono de mim mesmo 
E não quero mais andar na contramão do que sinto 
Na alma triste da hora que passou 
Sem que eu ao menos percebesse 
Que você silenciosamente partia sem dizer adeus. 

E você fica atônita me perguntando o que é tudo isso 
Que você não consegue compreender 
Mas que toca profundamente a sua alma 
Tão inocente de tanto sofrer. 
Eu não quero que você entenda a minha dor 
Que não se afaste sem perceber 
Que na solidão é que me deixo crescer 
Sem medo de magoar seu coração. 
São apenas 
Poemas esquecidos numa noite qualquer 
E que você jamais irá encontrar 
Para saber o que se passa no meu coração. 

Eu nunca pensei que poderia ser tão feliz 
Em deixar que meu coração falasse 
A linguagem do amor 
Como faço nesta hora. 
Não aprendi dizer adeus 
E não quero que você vá 
Mas deixo você ir sem medo de sofrer 
A solidão me faz companhia e a saudade 
Não me deixa te esquecer. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Aceito a punição desse pecado


Durante muito tempo ficou escondido 
Dentro de nós aquele ardente desejo; 
Só que enfim, mais que subitamente 
Aconteceu no pecar daquele beijo. 

E o instante do amor foi tão ardente 
E ao meu coração fez tanto bem 
Que passada a agonia, também, 
Tornou-se para nós algo inocente. 

Alegro-me por essa loucura 
Que uniu nossa alma e redime 
Todos os anos de sonho e amargura. 

Se esse desejo de ficar ao seu lado 
Viver essa delicia, for crime, 
Aceito a punição desse pecado! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense