sábado, 8 de outubro de 2016

Um crime de paixão


Caminhava lentamente pela rua deserta 
Alta madrugada e o coração partido 
O silêncio reinava absoluto 
Na alma de um ser tão iludido. 

Tinha aprendido a roubar para viver 
E não sabia o que representava um lar 
Em seus olhos havia uma tristeza 
Que dele insistia não se afastar. 

Sangue escorria de suas mãos 
E um corpo jazia estirado no chão 
O que havia planejado não deu certo 
E a dor perfurava seu coração. 

Não pediu para ver aqueles olhos 
Mas deles não conseguia mais escapar 
Não queria ser escravo de ninguém 
Mas viu seu castelo de sonho desabar. 

Imaginou um mundo perfeito 
Onde caminhava com ela de mãos dadas 
Jardins em flores e borboletas 
Sob o som melodioso das passaradas. 

Ao abrir os olhos lá estava ela 
E o amor que sentia se evaporou 
Uma fúria sem sentido tomou conta 
E seu coração no mal não pensou. 

Um corpo frio jaz sem vida 
Estirado em uma vala deserta 
Enquanto um corpo sem esperança 
Caminha na solidão que o aperta. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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