domingo, 24 de julho de 2016

A tirania do urgente


Olho pela janela e vejo o sol nascer 
Preciso chegar o mais rápido possível 
Meus pés tropeçam nas pedras do caminho 
E alcançar o objetivo do dia parece impossível. 
O tempo já não passa 
Simplesmente voa 
E eu preciso chegar ao meu destino 
Antes que o dia se destoa. 
A sociedade espera que eu consiga chegar 
Ao topo da montanha que preciso escalar 
Não existe alternativa de escape 
Pois o mundo atropela quem vacilar. 
Sou caminhante desta vida alucinada 
Onde o imperativo é o urgente 
Que pressiona o fazer hoje. 
Urgente 
Eis uma palavra do cotidiano 
Que impulsiona o tempo de construção 
Uma ideologia que esmaga 
Atropela o coração. 
Tenho que seguir em frente 
Construir meu universo 
Se parar posso ser esmagado 
Por esse capitalismo perverso. 
Olho pela janela e o sol já se pôs 
Ainda não deu tempo de concluir meu poema 
E as dúvidas martelam minha mente 
O que fazer com esse dilema? 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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