segunda-feira, 13 de junho de 2016

Onde os fracos não têm vez



No caminho silencioso que trilho 
Nas horas sombrias que a vida reserva 
A dor de uma ausência sentida 
De olhos que se foram na escuridão. 
Sonhos que se desfazem 
Nas agruras de dias tenebrosos 
Qual castelo de areia 
Demolido pelas águas do mar. 
Porque chorar pela fuga desenfreada 
De ilusões tão patentes 
Na esperança de dias melhores 
Quando nunca houve dias assim? 
Nas paragens desse caminho 
Sento-me sozinho e triste 
Onde os fracos não têm vez 
De chorar sua desilusão. 
Não se pode recriar fantasia 
De que o pesadelo não é real 
Quando a dor é passageira 
E uma nova aurora surge no horizonte. 
A alma, no entanto, nisso não crê. 
Quando desperta nas noites frias 
Sem sentir o calor daquele corpo 
Que do frio o aquecia. 
Lembranças que fazem doerem 
A sensação do esquecimento 
De olhos marejados 
Que sofriam na prisão. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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