segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A agonia de querer ser livre


Hoje estava pensando nessa tal liberdade. 
Daí me veio a mente 
Os diversos questionamentos 
Que ouço todos os dias a minha volta. 
Um dos mais paradoxal diz respeito ao amor: 
Enquanto uns dizem saber o que ele é 
Outros afirmam, categoricamente, não saber explicá-lo. 
Na verdade é difícil expressar algo que não vemos. 
As pessoas não entendem 
O que é estar preso a um sentimento onde, 
Por mais que você queira, não consegue se livrar. 
Liberdade é quando você pode sonhar 
E realizar aquele sonho. 
Mas, daí entra outra questão pertinente: 
Ora, um sonho já se explica automaticamente... 
Sonho é sonho. 
O que se realiza não é sonho é realidade. 
Pois bem, voltando a liberdade. 
Nas encruzilhadas da vida, 
Cansados de tanto caminhar pela longa estrada, 
De repente nos deparamos 
Com o olhar de uma pessoa que acaba de chegar ali 
Naquele exato momento. 
O que eu procuro ela procura. 
Não existem palavras, 
Apenas a troca de olhares 
O que é suficiente 
Para desestabilizar todo um planejamento. 
A partir daquele momento 
 Já não podemos andar mais sozinho, 
A liberdade se foi... 
Somos prisioneiros. 
Que coisa mais complicada. 
Acontece que, por passar situações semelhantes, 
As pessoas querem dar palpites 
Dizendo que sabe o que estamos passando... 
Sabe nada. 
Nem a outra pessoa sabe. 
Só nós sabemos o que realmente passamos 
(ou também não sabemos coisa alguma). 
A agonia de querer ser livre 
E fazer o que bem queremos. 
Mas não temos 
Nem a liberdade de escolher no que pensar. 
Outra coisa fundamental nessa questão 
É o "prejulgamento" que os externos 
Fazem da nossa situação. 
Observam o nosso semblante e, 
No ato, dizem saber o que estamos sentindo: 
"Nossa, você viu o passarinho verde? 
Está tão feliz!". 
Ou: "Poxa vida, por quem você está apaixonado?"... 
Caramba, quem disse que estou apaixonado? 
E se estou, o que tem isso? 
Pode ser que esteja feliz 
Porque passo por um momento bom de minha vida 
Onde consigo escrever o que gosto. 
Adoro falar de sentimento... 
Adoro escrever sobre o mundo, 
Sobre as divagações de um coração 
Anelante pelo prazer de ver 
As letras surgindo como se fossem automáticas... 
Sim, é isso! 
A liberdade que tanto almejo 
É aquela de poder dizer, 
Sentir e escrever o que quero 
Sem ter que lidar com esse "prejulgamento" ridículo 
Que prejudica uma alma livre como a minha. 
Notaram o paradoxo? 
Eu falo de alma livre 
E questiono a liberdade de expressão. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

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